Terapeutas Ocupacionais lançam recurso alternativo para estimulação cognitiva de idosos.

Kátia Omura, Alanna Ferreira e Ailson Freire.

Empreendedores paraenses desenvolvem aplicativo para auxiliar pessoas com Alzheimer

Segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade no Brasil. Deste total, 6% tem a doença Alzheimer, que é diagnosticada a partir da morte de células cerebrais que causa a demência degenerativa, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem).

A doença é incurável e torna o paciente, em sua grande maioria idoso, muito dependente dos seus cuidadores, e estes precisam aprender a cuidar e até mesmo se adequar à realidade da pessoa com Alzheimer. Os cuidados envolvendo os pacientes vão desde alimentação a higiene pessoal.

Segundo especialistas da área da saúde, ainda que não haja cura para o paciente com Alzheimer, o tratamento adequado, seguido de amor e carinho, pode contribuir com o tratamento. A indicação é criar uma rotina de repetições que seguida todos os dias faz com que o cuidado seja mais eficaz, aumentando a autonomia do paciente.

E foi com o objetivo de auxiliar a estimulação cognitiva de pacientes com Alzheimer que três amigos empreendedores paraenses desenvolveram o aplicativo “MemoryLife”. “Eu como Terapeuta Ocupacional, sentia muita dificuldade de encontrar recursos para estimular o idoso com algum déficit cognitivo que não fosse tão complexo como os existentes no mercado. Foi a partir desta dificuldade que me juntei com a Alanna e o Ailson para desenvolvermos este aplicativo, voltado principalmente para as atividades de vida diária” (Dra. Kátia Omura – Terapeuta Ocupacional).  A partir de jogos simples, que utilizam imagens e sons de ambientes domiciliar e do cotidiano, esta inovação tecnológica trabalha as áreas cognitivas de memória e lógica do paciente, possibilitando maior independência nas tarefas básicas, como, por exemplo, escovar os dentes e tomar banho. Assim, a inovação serve como recurso complementar ao tratamento, auxiliando familiares e cuidadores. O desenvolvimento do projeto contou com a capacitação e consultoria da Universitec, ligada à Universidade Federal do Pará (UFPA).

“Nosso objetivo era criar alguma ferramenta tecnológica que auxiliasse em alguma dificuldade da pessoa idosa, então nos veio a ideia de desenvolver um aplicativo voltado para o paciente com Alzheimer, que corresponde a um número muito expressivo no país. Averiguamos e vimos que ainda não existe no Brasil este tipo de proposta que estamos apresentando. Com isto, queremos contribuir para que o idoso possa evoluir seu raciocínio lógico ou, pelo menos, que ele possa estagnar a evolução da doença. Além disso, objetivamos, com o “Memorylife”, assegurar mais tempo e qualidade de vida para familiares destes pacientes”, explica Alanna Ferreira, uma das idealizadoras do aplicativo.

O lançamento do “MemoryLife” foi realizado dentro da programação da Semana Estadual da Pessoa Idosa, nos dias 28, 29 e 30 de setembro, no 3º piso do Shopping Pátio Belém.

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