A importância da Fisioterapia para o desenvolvimento de crianças com TEA

O Crefito-12 está lançando a coluna Fala, Fisio! Fala T.O.! Por meio de entrevistas, profissionais são convidados a falar sobre temas diversos de interesse da população e dos profissionais da área.  A cada semana serão duas entrevistas, uma com um terapeuta ocupacional, ou como se chama no cotidiano dos profissionais, o T.O.!! E a outra com o fisio, abreviação dos profissionais fisioterapeutas. A ideia é dar voz dessa forma espontânea aqueles que podem contribuir com um maior conhecimento sobre nossas àreas.

Nesta primeira edição, o tema é o autismo e contamos com a participação da fisioterapeuta Dra. Tatiane Oliveira Nascimento, graduada pela Universidade do Estado do Pará é especialista em Reabilitação Neurológica, com formação no Conceito Bobath, é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento   da Universidade Federal do Pará (PPGTPC/UFPA). Dra. Tatiane também é servidora efetiva da Secretaria de Saúde do estado do Pará (Sespa) e Universidade do Estado do Pará (Uepa). Nesta entrevista ela explica o que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e os principais sintomas, além de indicar os procedimentos a serem tomados pelos pais.

 

 

Em termos gerais como caracteriza-se o Autismo?

      O autismo caracteriza-se, segundo a Associação Americana de Psicologia (APA) por ser um transtorno do neurodesenvolvimento que se caracteriza por dificuldades de comunicação e interação social, padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades.

Como o Fisioterapeuta contribui na atenção a pessoas com diagnóstico de Autismo?

       O Fisioterapeuta ,por fazer parte da equipe de reabilitação, atua conjuntamente com os outros membros da equipe (terapia ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo etc.) fornecendo suporte ao médico especialista no fechamento do diagnóstico de TEA. Mesmo antes do paciente receber o diagnóstico, alguns já precisam iniciar o tratamento fisioterapêutico, por evoluírem com Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM). Nesta fase o atendimento vai se voltar para a aquisição de habilidades motoras, tais como: controle cervical e de tronco, as transições posturais, engatinhar e deambulação. Procurando proporcionar ao paciente independência funcional nas atividades cotidianas, ao desenvolver a coordenação, equilíbrio e autocontrole corporal, promovendo uma diminuição dos movimentos atípicos. No prosseguimento do tratamento fisioterapêutico, as atividades lúdicas, com brinquedos coloridos, bolas e movimentos corporais, podem ser inseridos objetivando a melhora do equilíbrio, da força muscular e do contato tátil.

Quais as principais técnicas, procedimentos ou recursos o Fisioterapeuta lança mão ao atuar junto a uma pessoa com diagnóstico de Autismo?

      Basicamente utilizamos a cinesioterapia associada ao lúdico para promover maior interesse e engajamento nas atividades propostas. E os recursos podem ser às Bolas suíças, rolos, prancha de equilíbrio, colchonetes. Na área de abrangência do Fisioterapeuta, temos também a Fisioterapia Aquática e a Equoterapia que podem beneficiar bastante o paciente com TEA.

Quando os pais ou responsáveis de crianças com diagnóstico de autismo devem procurar um Fisioterapeuta?

      Algumas crianças, que posteriormente receberão o diagnóstico de TEA, apresentam atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM) e é esse atraso que leva os pais à procurarem o fisioterapeuta. Outras não evoluem com ADNPM e os pais procuram devido a marcha na ponta dos pés, falta de equilíbrio e coordenação motora grossa. Mas a priori, quando os pais perceberem essas alterações em sua criança, já devem buscar um fisioterapeuta.

Quais principais recomendações você pode oferecer à pais ou responsáveis de pessoas com diagnóstico de Autismo?

     A primeira delas é não desistir ao receberem o diagnóstico. Pois como muito tem sido falado: diagnóstico não é destino e cada criança é uma criança, mesmo recebendo o mesmo diagnóstico. Então, que os pais possam iniciar as terapias o mais cedo possível, viabilizando à sua criança as chances de ter um desenvolvimento funcional.

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