Fisioterapeuta ajuda pacientes com terapia usando cavalos

A equoterapia é uma terapia complementar que apresenta incríveis resultados com pacientes com problemas motores e cognitivos. Feita com cavalos, ela é conduzida por uma equipe multidisciplinar que deve ser formada no mínimo por fisioterapeuta, psicólogo e profissional de equitação.

O Crefito-12 foi visitar a Hípica Equilibrium, em Ananindeua (PA), onde a fisioterapeuta Dra. Márcia Malheiros a desenvolve há três anos trabalho com pacientes da clínica TSB. Antes, essa especialidade só era desenvolvida no Pará no haras da Polícia Militar do Estado. “Com a regulamentação foi que outras clínicas abriram espaço para a equoterapia”, explica ela.

Bruno Lins, hoje com 39 anos e medalhista na categoria velocista e adestramento com cavalos, é praticante da equoterapia desde os três anos de idade. Ele teve uma icterícia quando nasceu e sua vida chegou a ser dada como perdida pelos médicos, mas graças ao esforço e empenho de sua mãe, Socorro Alencar, ele superou a doença com auxílio da equoterapia.

Ela não apenas não desistiu do filho como o levou a todos os tratamentos possíveis. Com paralisia cerebral, ele aprendeu a andar pelas patas de um cavalo. Hoje ele tem duas graduações acadêmicas, além de ser atleta.

Dra. Márcia Malheiros, que no total já soma 25 anos como facilitadora e instrutora nessa especialidade, explica que é necessária uma formação específica, além dos animais, espaços e equipamentos apropriados. “Temos o cuidado desde a escolha do animal, que deve ser dócil e geralmente é um cavalo mais velho, até os preparativos e tratativas para que tudo ocorra da forma mais segura possível”, explica.

O efeito da equoterapia acontece desde o reflexo psicológico de força e coragem gerado no praticante até o desenvolvimento motor de equilíbrio e espacialidade. “O cavalo, quando em movimento, o passo dele se assemelha ao andar humano. Quando montado o cavalo desliga-se em três planos e três eixos, gerando o movimento tridimensional que estimula a marcha. Esse movimento é fundamental na equoterapia”, explica.

Para a Dra. Márcia Malheiros, muitas pessoas ainda têm preconceito com essa terapia. “Acham que estamos ‘brincando’ de cavalinho com as crianças e praticantes, mas é uma terapia que tem resultados comprovados”, pondera.

Que o diga dona Socorro. “Aos três anos meu filho não sentava, não andava e nem falava. Através da equoterapia ele passou a fazer tudo isso e mais. Para mim, a equoterapia se resume em vida, saúde, felicidade, prosperidade, enfim, tudo que uma mãe espera que um filho especial consiga”, afirma ela.

Bruno também ressalta a sua satisfação. “Para mim, é muito gratificante o convívio com os cavalos porque eu sempre gostei de animais e o resultado é visível, até porque eu nem andava”, conta ele.

De acordo com a Lei Nº 13.830/2019, que regulamenta essa especialidade, dependendo do objetivo do programa, a equoterapia ainda pode contar com auxílio de terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogo, pedagogos e professores de educação física. Para a Dra. Márcia Malheiros o que falta para o maior reconhecimento da especialidade é a divulgação. “As pessoas ficam impressionadas com os resultados, mas nem sempre tem a oportunidade conhecer a prática”, conclui.

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